20 de setembro de 2017

Escravos da Pressuposição

         A maioria dos cidadãos infelizmente caem nas obscenidades de variados políticos, estes mesmos que tropeçaram nas de outrem, ou intencionalmente o fazem. Isto porque a natureza humana dita que o homem é seduzido maioritariamente pelos próprios ganhos, bens privados, lucros financeiros e sociais, ao invés de possuir a inciativa de investigar e contestar as intenções dos outros, que influênciam substancialmente a vida do mesmo. Por vezes a orientação política dum indivíduo é bastantemente influenciada pelas pessoas mais próximas, como a família e os amigos, ocultando os defeitos e intenções da ideologia e filosofia que segue, desta forma ofuscando muitos na sociedade. Isto resulta na privação do acto de questionar os mentores políticos, tendo os mentores razão política ou não.

         Os políticos aproveitam esta fraqueza e ignorância político-económica comum em prol da sua cobiçada influência económica, tencionados benefícios variados e ditos poderes de engenharia social.

         Uns fazem-no pelo bem, mesmo que podendo resultar ingenuamente efeitos negativos, outros pelos interesses fiscais e concretização de agendas políticas e ainda outros pela satisfação do poder político apenas. Considerando a dada probabilidade reduzida dos resultados serem positivos ao conceder poder a muitos dos políticos que temos, como pode ser admissível o poder eleitoral ser entregue a inocentes que são levados por presunções e proposições?

         Se questionar a democracia é mal visto na sociedade e ilegal em alguns estados, nos supostos estados “democráticos e livres”. Então que tipo de liberdade é esta? Eu chamo a isto a “Escravidão da pressuposição” pois somos obrigados a aceitar o que um público com baixo nível de conhecimento e falta de atenção à política, - desculpem a expressão - que emprenha pelos ouvidos e acredita sem cepticismo, nas pessoas que pressupõem o tipo de ideologia que será exercida e que “com certeza” irá melhorar o país. Estando nós a sacrificarmo-nos para o bendito povo ter a liberdade de voto, pelo preço da liberdade económica, eficácia e eficiência política. Isto é o equivalente a colocar pessoas leigas em football a escolher quais os jogadores que vão jogar na equipa, é óbvio que a probabilidade de terem bons resultados é baixíssima.

         Ao deixar o país seguir um futuro fortemente determinado na sua maioria pelos piores eleitores, os níveis de liberdade irão descer drasticamente. Ao haver liberdade de voto, automaticamente abdica-se de outras liberdades mais valiosas tais como a liberdade monetária e eficiência política, e ainda arriscam-se outras como a liberdade de expressão, contestação, opinião e do saber a verdade...

         Esta última liberdade é uma das mais escassas na nossa sociedade, sabendo que o jornalismo jamais respeita as normas do publicar apenas verdade, o que se escreve é dinheiro sendo verdade ou não.

         Com a democracia o país e o próprio povo estão entregues aos interesses político-sociais públicos e privados. São esses sim - a elite - que realmente influenciam e governam os países democratas.

         Com bastante sinceridade e em prol do equilíbrio da liberdade, proponho que seja considerado um outro sistema político, como por exemplo a meritocracia, em que os sábios, ambicionam melhorar o país, e sendo comprovada a sua vontade, num pequeno senado meritocrata responsabilizam-se pelo poder de eleger os deputados. Aqui sim, o povo através do voto, terá o poder de despedir eleitores em caso de suspeitas de crime. Mas com isto termino este artigo, pois irei aprofundar estas ideias num posterior artigo.

Contestem a democracia, e pensei por voz.
Verifiquem o que a ciência comprova.
The Rationalist


8 de março de 2017

Veracidade Histórica

         Vivemos numa realidade em que grande parte é um esboço gerado pelo homem. Temos uma noção muito vaga do que realmente existe ou existiu. Segundo Joseph Goebbels, citado por Stille (2006, p. 14), “uma mentira repetida mil vezes torna-se realidade” e a consciência humana assume-a como verdade, vindo a ser acreditada por uma ou mais culturas. Grande parte da história é uma utopia que o homem criou, aliás, é se utópico afirmar que a história da humanidade seja cem por cento verídica, sendo que este ser tem a própria capacidade de a registar e a liberdade de a alterar de acordo com a sua vontade.

         Faz parte da natureza humana possuir interesses próprios para proteger os seus, as suas ideologias e seus bens. Desta forma adultera o registo de eventos, resultando no domínio das opiniões e acções apregoadas, de modo a se assemelhar gradualmente o seu destino ao ambicionado futuro. Esta é a razão pela qual se diz que, “só se deve ter em consideração uma divulgação caso se comprove as respectivas fontes” e “só depois de serem estas autenticadas se regista como um facto”. Sem dúvida nenhuma que esta falha da natureza não é razão para se deixar de ter bases e supostos factos históricos assumidos no nosso registo.

         As próprias pessoas devem ter a curiosidade de descobrir a razão do porquê de permanecer escrito assim, contestar e questionar quais os factores que fizeram o jornalista, escritor, historiador ou cientista, escrever aquela opinião ou estudo. Deve-se ter em conta se o autor sempre teve alguma inclinação de opinião e se forçosamente defende o que dita, sem mente aberta para tentar perceber uma outra possível realidade.

         Supondo que eu sou jornalista. Poderei ter interesse monetário ou social de que uma informação seja manipulada, e para o bem da sociedade isso deve ser evitado, sendo o boato uma arma muito poderosa. E quanto maior a influência que eu tiver sobre a população, maior será a acreditação, aceitação pública e a minha pseudo veracidade implementada na humanidade. Criam-se opiniões e acções que nem os próprios defensores sabem as justificar, porque nos seus argumentos não encontram factores históricos que as comprovem.

         Torna-se fácil a explicação no seguinte exemplo que ainda é fictício mas poderá vir
         a ser verdade:

         Imaginando um astronauta, líder da sua equipa de colonização a Marte. A equipa é constituída por três casais. Devido aos factores que lhes favorecem*, podem muito bem colonizar Marte e autoproclamarem-se os primeiros Marcianos independentes, ignorando a humanidade que reside na terra. Os progenitores poderão elaborar toda uma história de um apocalipse e formar um cenário complexo com uma nova religião e ideologia para agradar os seus interesses.

         O ser humano é capaz de manipular a veracidade da história mais facilmente do que parece. E geralmente o ponto mais fraco no ser humano é a parte emocional das pessoas, que cria um efeito de se agir sem pensar antes com atenção e minudência.

Pense, Reflicta e Comprove…
The Rationalist
* Distância da Terra a Marte; Tempo de resposta da comunicação entre Marte e Terra; Tempo de transporte de pessoas entre estes; Custos para o transporte e treino; Tempo de treino de nova equipa e neste caso militarizada; Problemas político-sociais para a devida mobilização de militares a uma missão extraterrestre (fora do planeta terra).